viernes, 16 de marzo de 2007

Nem so' de coisas boas vive a Inglaterra

Recentemente uma notícia me chamou a atenção de maneira especial: a cada 2 mêses um homem inglês fere gravemente seu filho.
Fonte: Daily Telegraph

Ha’ várias décadas a parte leste do continente europeu vive estabilidade econômica. Isso traz grandes vantagens não so’ do ponto de vista de investimento em grandes projetos, mas também proporcionam às pessoas uma organização de suas vidas a longo prazo.

Por outro lado, o problema que esse longo período de estabilidade traz e’ a dificuldade das pessoas lidarem com crises, sejam pessoais ou profissionais.

Quem e’ brasileiro sabe quanta criatividade teve que desenvolver para lidar com a instabilidade do país. Mas as últimas gerações de inglêses não tiveram o mesmo aprendizado.

Em especial o homem inglês tem demonstrado imensa dificuldade em lidar com suas crises conjugais. E isso se demonstra pela quantidade de notícias sobre crianças que são feridas gravemente pelo próprio pai.

Ultimamente por aqui aconteceram os seguintes fatos:

Um inglês do norte do país sai de férias para Grécia com sua família e, agarrado aos 2 filhos pequenos, se joga da varanda do hotel após discussão com a esposa. Ele e o filho mais velho sobreviveram;
Perto de Manchester um pai afoga na banheira seus 2 filhos de 3 e 2 anos;
Apos um divórcio conturbado, pacifista de uma cidade perto de Londres atea fogo na própria casa. O detalhe e’ que a mulher ja’ havia se mudado para Itália, onde nasceu. Ele sofreu queimaduras seríssimas;
Famlia (esposa e 4 filhas entre 15 e 7 anos) e’ morta pelo pai e encontradas em casa após 1 semana. O cheiro insuportável chamou a atenção dos vizinhos;


Segundo o jornal Daily Telegraph, esses contecimentos tem ocorrida numa freqüência de 1 a cada 2 meses. E’ muito !

Isso reflete a dificulade do homem inglês moderno em lidar com suas crises matrimoniais.

P.S. O fato de estar exemplificando casos da Inglaterra, não significa que não há a mesma situação em outros países.


martes, 19 de diciembre de 2006

A arte da Culinária na Inglaterra

nd
A Inglaterra tem fantásticos lugares para se visitar. Os ingleses são muito gentis e educados. Mas o que deixa muito a desejar é a arte culinária inglesa.

Na parte da manhã muitos gostam de comer ovos com feijão branco meio adocicado e acompanhado de pão. Parece mais uma refeição do meio dia do que um café da manhã, pois o prato é enorme. Para beber, sempre um café (com ou sem leite) quente.

A maioria não senta para almoçar, já que essa refeição não é valorizada por aqui. O que se come ao meio-dia é um sanduíche cheio de maionese ou um chá com biscoitos. Muitas poucas vezes se senta num restaurante para almoçar, a não ser que se esteja de férias ou seja final de semana.

Em compensação, o jantar é a refeição que os ingleses mais investem tempo e dedicação. Quando não saem para jantar num restaurante, organiza-se um jantar em casa onde o forte são as batatas fritas com peixe frito - é o famoso Fish&Chips (ver foto) - o prato típico da culinária inglesa. É tão apreciado que existem diversos restaurantes que se dedicam a oferecer apenas esse prato.

Afora isso, come-se verduras cozidas com carneiro acompanhado de um molho marrom escuro chamado Gravy, ou Jacket Potatoes (grandes batatas com diferentes molhos), ou Meat Pies (torta salgada com carne moída).

A Índia influencia bastante os hábitos de comer do inglês (há 7000 restaurantes indianos em UK), uma vez que por aqui se aprecia muito o Chicken Tikka Masala. E somente por isso eu consegui comer arroz.

Ai que saudades de comer acarajé !!!!!

A Rainha Elizabeth como Vizinha

Um das experiências mais incômodas quando se mora num país estrangeiro, na minha opinião, é a completa incapacidade de entender o que está escrito nos outdoors, lojas, sinais de trânsito, jornal, TV e até mesmo um simples filme para crianças. É o analfabetismo circunstancial da pessoa adulta. É ter consciência de voce é capaz de reconhecer as letras, mas incapaz de entender o que elas querem comunicar. Quando se está de passagem, isso não tem a menor importância, mas quando é algo mais permanente voce sente o quanto dói a ignorância. Viver na Alemanha sem falar uma única palavra do idioma e sem nenhuma colaboração local me trouxe grandes exercícios de independência e humildade.

Mas agora é diferente, pois desde ontem faço parte do séquito de súditos da rainha Elizabeth.

Ela insistiu muito para que fôssemos vizinhas, mas lhe expliquei que só tendo um emprego de Primeiro Ministro para agüentar a carestia de Londres. Portanto, me instalei ao sul da Inglaterra numa cidade de estilo Vitoriano e à beira-mar, chamada Brighton. Não que isso signifique que alguém me verá tomando banho nessa água gelada, mas muitas cidades de praia tem um ar mais amigável.

Ainda não me acostumei com o sentido da mão do tráfego e, para não correr o risco de ser atropelada (não pretendo experimentar o sistema de saúde inglês), sempre olho os dois sentidos na rua.

Fiquei surpreendida ao saber que a Inglaterra me oferece um dos melhores sistema de saúde da Europa com todo o atendimento grátis e sem filas.

Por enquanto, estou gostando de ser súdita da rainha.

Uma Vida Cheia de Regras


Desde que saí do Brasil, todos os dias tem sido cheios de novidades para mim. São muitas informações novas que chegam à minha mente e, algumas nem consigo processar.
Apesar de estar com minha mente aberta às novidades, consegui ser surpreendida com algo que eu não esperava: mudei de país. Agora moro na Alemanha.

Depois de um curto período na Holanda, meu chefe veio especialmente da Inglaterra, onde mora, para me dizer que a empresa achava melhor eu me reunir ao grupo que existe na Alemanha. E assim fui eu ... morar em Düsseldorf.

Para isso eu não estava preparada. Sabia que haveria a possibilidade de reuniões no escritório de Düsseldorf, mas morar lá ??!! Eu não falo uma única palavra de alemão !!

Concluí que a missão que Deus me deu foi testar ao máximo minha capacidade adaptativa. Só pode ser isso !

Pois bem, aqui estou eu, morando numa cidade de 500 mil habitantes a oeste do país. Não entendo nada do que está escrito nos outdoors, nem nos restaurantes, muito menos na estação de trem. Também não consigo me comunicar com o corretor para alugar um apto. Para almoçar é a base do dedinho apontando a comida. Já comi até o não queria, para não criar tumulto no refeitório. Claro que peguei ônibus errado, pois estava do lado errado da rua.

Ainda estou me adaptando e tenho muito a descobrir, mas já sei que o destino é a prisão para aqueles que buzinam no trânsito. Se tomar banho todo dia, paga-se multa. As pessoas vivem na penumbra dentro de casa para economizar eletricidade. Para assistir TV paga-se imposto, mas para uma brasileira acostumada a ligar a TV e nao se preocupar em pagar nada, é no mínimo estranho. Um país cheio de regras.

Vim para melhorar o inglês, agora tenho que aprender alemão, a empresa espera que eu fale também o espanhol. Acho que vou voltar para o Brasil sem saber falar é nada, nem o português.

As Janelas Transparentes da Vida Pública


Logo que fui conhecer as ruas de Utrecht, um detalhe me chamou a atenção: as janelas das casas são de vidro transparante e qualquer um que passar por ela verá o que estiver acontecendo por dentro.
Andando pela rua e olhando as janelas é como se voce se sentisse sentado na sala participando da vida daquela família, casal ou quem quer que seja.
É estranho e muito diferente da nossa cultura.
Muitas casas são térreas. Os aptos tem no máximo 3 andares e todas as janelas são transparente, a exceção do banheiro. Às vezes é a cozinha que é voltada para rua, às vezes é o quarto e muitas vezes é a sala (de jantar ou de estar). Já vi sutien em cima da cadeira, livro em cima da mesa, crianças estudando, casal conversando, visita se ajeitando, um adolescente dormindo, uma avó costurando, família jantando.
Isso não é carcterística apenas de Utrecht, acontece por toda a Holanda e a explicação vem da religião calvinista.
O calvinismo resultava da convicção de que Deus trabalha em toda a existência, incluindo o espiritual, físico, intelectual, público ou privado.
Ser um bom cristão significa trabalhar muito, seguindo sempre os melhores princípios éticos, a transparência e a verdade. Alguns calvinistas levaram esta busca para o lado financeiro. Sendo assim, viram a riqueza como um sinal de que aquele cristão estava entre os escolhidos de Deus. Se um Calvinista tivesse muito dinheiro, era um sinal de que Deus o teria escolhido. Daí os Holandeses, os Escoceses e os Americanos ganharam a fama de serem sovinas.
A visão de mundo baseado nesses princípio tem sido modificado ao longo do tempo, mas as janelas transparentes e a vida pública permaneceram, ainda que algumas começem a serem vestidas por cortinas.

Bicicletas: um capítulo à parte na Holanda



Todos sabem que a Holanda é o país das bicicletas. Mas quando se vive aqui é que se compreende a dimensão disso: existem 2 bicicletas para cada habitante. Considerando que nessa estatística as crianças de colo e os idosos estão incluídos, siginifica que as pessoas tem + de 2 bicicletas cada.
Não importa a idade, o tipo de roupa, o tamanho da saia, o frio que esteja fazendo, a chuva que esteja caindo. Uma vez que se saiba andar sozinho, significa que as rodas da bike serão extensão das pernas.
No primeiro dia vi uma senhora que deveria ter seus 70 anos, no mínimo, e lá estava ela levando as compras do supermercado em sua bike rosa.
Ontem vi um rapaz sozinho montado numa bike e levando outra pela mão.
As saias aqui podem ser tão curtas que dá para ver a garganta e nem isso impede que se siga faceira em suas bikes de todas as cores.
Os exemplos acima eu vi, mas me contaram que as noivas também vão de bike para o seu casamento. Isso eu ainda não vi.
Nesse domingo fui à praia em Den Haag (Haia) e tive a oportunidade de me aventurar num passeio de bike para chegar até a praia. Digo que foi aventura porque nunca havia andado pelas ruas da cidade. Então tudo era novo: a bicicleta emprestada, as ruas da cidade, as regras de trânsito específicas para bike, a paisagem e o fato de que a bike era maior do que eu (não conseguia pôr o pé no chão). Também o freio que não era nas mãos e sim nos pés. Levei um tempo para me acostumar com isso e o aprendizado teve que ser on demand.
E lá fui eu ! E voltei, sã e salva. Mas com os fundos bem doídos ... vou levar uma semana para esquecer.

Minha Primeira Experiência no Supermercado


Muitos dos meus amigos sabem o quanto eu detesto ir ao supermercado. Por isso adiei o máximo, mas não tem salário que agüente jantar em restaurante todos os dias.

Fui com disposição para encarar uma aventura e assim foi.

Na entrada descobri muitos chegando com sua própria sacola. Já entendi que haveria descontos para aqueles. Logo na 1a. seção compreendi a dimensão do que seria aquela aventura: não era possível entender uma única palavra de toda e qualquer coisa que havia ali. Algumas poucas fotos não indicava muita coisa, apenas se era comida ou não. Mas como uma nordestina persistente, comecei a ler para identificar qualquer palavra que me dessa, ao menos, uma dica. Fui em busca do radical da palavra ou similaridade com o inglês ou latim e nada. Aqui fala-se o holandes (eles chamam de Dutch) e a única comparação possível é com o alemão arcaico. Portanto se voce pensa que sabe alemão atual e conseguiria ler holandes, desista.

Nesse momento, minha aventura se delineava num cenário bastante simples porque eu precisava escolher alguma coisa apenas na sorte. Então, fiz:
-“Papai do céu mandou dizer que o escolhido é esse aqui !”

Andei por todas as seções para observar o colorido e ter uma noção de que tipo de produto se vende num supermercado. Aqui tem revistas, comidas, vinhos, frutas, legumes, muuuuiiiittttaaa cerveja, materal de limpeza, etc. Mas não há roupas, eletrodoméstico e tampouco a seção de produtos de uso pessoal é grande, apenas alguns poucos shampoos, sabonetes e pasta de dente.

Daí chegou a hora de entrar na fila do caixa. Me surpreendeu a velocidade, pois a fila era ligeiramente grande, no entanto não demorou chegar a minha vez. Curiosa como sou, comecei a observar como se fazia e, quando chegou a minha vez, entendi o segredo: o lugar no caixa para empacotar as compras é dividido em 2 partes, pois enquanto a pessoa da sua frente empacota suas próprias compras, a seguinte está pagando, mas já está com suas compras passadas e prontas para serem empacotadas e separadas do cliente anterior por um separador que distingue a quem pertence cada compra.

De qualquer forma, o importante é que as pessoas não perdem tempo na fila do supermercado. Aqui se faz as compras da mesma forma, mas na hora de passar no caixa o tempo é mais bem utilizado.