martes, 19 de diciembre de 2006

A Rainha Elizabeth como Vizinha

Um das experiências mais incômodas quando se mora num país estrangeiro, na minha opinião, é a completa incapacidade de entender o que está escrito nos outdoors, lojas, sinais de trânsito, jornal, TV e até mesmo um simples filme para crianças. É o analfabetismo circunstancial da pessoa adulta. É ter consciência de voce é capaz de reconhecer as letras, mas incapaz de entender o que elas querem comunicar. Quando se está de passagem, isso não tem a menor importância, mas quando é algo mais permanente voce sente o quanto dói a ignorância. Viver na Alemanha sem falar uma única palavra do idioma e sem nenhuma colaboração local me trouxe grandes exercícios de independência e humildade.

Mas agora é diferente, pois desde ontem faço parte do séquito de súditos da rainha Elizabeth.

Ela insistiu muito para que fôssemos vizinhas, mas lhe expliquei que só tendo um emprego de Primeiro Ministro para agüentar a carestia de Londres. Portanto, me instalei ao sul da Inglaterra numa cidade de estilo Vitoriano e à beira-mar, chamada Brighton. Não que isso signifique que alguém me verá tomando banho nessa água gelada, mas muitas cidades de praia tem um ar mais amigável.

Ainda não me acostumei com o sentido da mão do tráfego e, para não correr o risco de ser atropelada (não pretendo experimentar o sistema de saúde inglês), sempre olho os dois sentidos na rua.

Fiquei surpreendida ao saber que a Inglaterra me oferece um dos melhores sistema de saúde da Europa com todo o atendimento grátis e sem filas.

Por enquanto, estou gostando de ser súdita da rainha.